AGROTÓXICOS - USO E RECOMENDAÇÕES

quinta-feira, 31 de março de 2011

0 comentários
Introdução
O uso adequado de agrotóxicos é um dos temas que vem atraindo a atenção de vários segmentos do setor agrícola, uma vez que tem implicações em três áreas básicas de grande importância no contexto global da sustentabilidade da agricultura: a preservação do ambiente, a segurança da saúde dos usuários e a segurança alimentar.Devido a isto venho apresentar um estudo sobre este veneno que é consumido por nós todos os dias através das nossas alimetação.
Agrotóxicos
Os agrotóxicos foram desenvolvidos na Primeira Guerra Mundial e utilizados mais amplamente na Segunda Guerra Mundial como arma química. Com o fim da guerra, o produto desenvolvido passou a ser utilizado como "defensivo agrícola".
O primeiro veneno, o composto orgânico DDT, foi sintetizado em 1874 por Othomar Zeidler, porém só em 1939 Paul Muller descobriu suas propriedades inseticidas. Pela descoberta e posterior aplicação do DDT no combate a insetos, Muller recebeu o prêmio Nobel de química em 1948. O DDT era então a grande arma para acabar com o inseto propagador da malária, até que descobriu-se que ele – como todos os compostos organoclorados – é cancerígeno, teratogênico e cumulativo no organismo.
No pós-guerra, os vencedores articularam uma expansão dos seus negócios a partir das indústrias que haviam se desenvolvido durante o conflito, e entre elas a indústria química. Na Europa havia fome. Foi então que surgiu a "revolução verde", que visava promover a agricultura, gerando comida para os famintos do mundo.
A "revolução verde" chegou ao Brasil em meados da década de 60. Foi implantada através de imposição das indústrias de venenos e do governo brasileiro: o financiamento bancário para a compra de semente só saia se o agricultor comprasse também o adubo e o agrotóxico.
Esta política levou a uma grande contaminação ambiental, sem que a fome fosse extinta. Hoje, 1/5 das crianças não ingerem a quantidade suficiente de calorias e proteínas que necessitam. E cerca de 2 bilhões de pessoas – terceira parte de humanidade – sofrem de anemia. A cada ano 30 milhões de pesssoas morrem de fome no mundo e 800 milhões sofrem de subalimentação crônica.
Enquanto alguns países, principalmente da Europa, tentam reverter o duro quadro de degradação ambiental e contaminação dos alimentos, no Brasil a situação se agrava a cada ano. Em 1970, fábricas obsoletas foram transferidas para o Brasil, que está entre os 5 maiores consumidores de venenos na agricultura no mundo.
Estima-se que no ano passado foram vendidos no país cerca de US$ 2 bilhões de agrotóxicos, aproximadamente 400 mil toneladas.
A degradação do meio ambiente tem conseqüências a longo prazo e seus efeitos podem ser irreversíveis. Em escala planetárias, existem mais de 2 trilhões de toneladas de resíduos industriais sólidos e cerca de 350 milhões de toneladas de detritos gerados por ano.
A utilização de agrotóxicos está comprometendo toda a humanidade e a vida na Terra. Os trabalhadores que manuseiam os venenos trabalham sem nenhuma proteção, como botas, macacões, máscaras, capacetes, luvas e outros equipamentos. Não existe orientação e falta conhecimento do que fazer com resíduos e embalagens. O governo brasileiro nunca fez valer a lei de agrotóxicos que, entre outros aspectos, proíbem a comercialização de produtos que sejam cancerígenos, mutagênicos e teratogênicos.
Atualmente, o controle dos agrotóxicos deve ser feito pelo Ministério da Saúde e a questão ambiental para o Ibama. O governo quer passar tudo para o Ministério da Agricultura.
Os agrotóxicos podem ser divididos em inseticidas e herbicidas. Os inseticidas formam 3 grandes grupos, os organoclorados, os organofosforados e carbamatos e as piretrinas. Os herbicidas têm como grupos mais importantes Paraquat, clorofenoxois e dinitrofenóis.
Os organoclorados são os que mais persistem no meio ambiente, chegando a permanecer por até 30 anos. São absorvidos por via oral, respiratória e dérmica, e atingem o sistema nervoso central e periférico. Provocando câncer e por isso foram banidos de vários países.
Os organofosforados e carbamatos são inseticidas mais utilizados atualmente a também são absorvidos pelas vias oral, respiratória e dérmica. Seus efeitos são alteração do funcionamento dos músculos cérebro e glândulas.
As piretrinas são inseticidas naturais ou artificiais. São instáveis à luz e por isso não se prestam à agricultura. São usados em ambientes domésticos na forma de spray, espirais ou em tabletes que se dissolvem ao aquecimento. São substâncias alergizantes e desencadeiam crises de asma e bronquites em crianças.
O herbicida Paraquat oferece grande risco. É um herbicida que mata todos os tipos de plantas. A substância determina lesões de Rim e se concentra nos Pulmões, causando fibrose irreversível.
Os principais clorofenóis são o 2.4-D e o 2.4.5-T, que são cancerígenos. O agente laranja, usado na Guerra do Vietnã, é uma mistura do 2.4-D e do 2.4.5-T.
Além dos dados acima, alguns pontos merecem ser levantados. Atualmente, 6 a 8 empresas detêm o oligopólio da produção de agrotóxicos no mundo. Em 1981 a Alemanha vendeu 2 fábricas de venenos para o Iraque matar os curdos. O Tamarron matou 16 pessoas em 1 ano na Costa Rica. Milhares de jovens às vezes com menos de 18 anos, quimicamente são castrados pelo DDCT (Bromocloropropano), que foi parado de fabricar nos USA em 1970.
Na U.E. uma pessoa só pode comprar fosforados após um curso de 60 horas e receber carteira de autorização de usar o agrotóxico no município. A maioria das fábricas de agrotóxicos atualmente estão em países do Terceiro mundo. Além disso, agrotóxico não paga ICMS no Brasil.
Intoxicação por agrotóxicos
O Brasil encontra-se entre um dos maiores consumidores de produtos praquicidas (agrotóxicos) do mundo, tanto aqueles de uso agrícola como os domésticos (domissanitários) e os utilizados em Campanha de Saúde.
Dada a falta de controle no uso destas substancias químicas tóxicas e o desconhecimento da população em geral sobre os riscos e perigos à saúde daí decorrentes,
estima-se que as taxas de intoxicações humanas no pais sejam altas. Deve-se levar em conta que, segundo a Organização Nacional de Saúde para cada caso notificado de intoxicação ter-se-ia 50 outros não notificados.
Os perigos representados pelos agrotóxicos
O perigo começa no próprio campo, com os agricultores que pulverizam os agrotóxicos nas lavouras. A exposição destes produtos de elevada toxidade sem a devida proteção pode ocasionar invalidez e até morte.
Em seguida, o perigo chega à mesa do consumidor dos grandes e médios centros urbanos. Os vegetais e frutas disponíveis no mercado, de aspecto agradável podem esconder em sua película externa fragmentos de agrotóxicos utilizados na lavoura.
O consumo de alimentos cultivados com adubos orgânicos, sementes resistentes e que utilizem um controle biológico de pragas seria o ideal. Entretanto, este tipo de agricultura não é incentivado pelo governo, o que encarece e dificulta a comercialização dos produtos.
Os metais pesados atuam como agrotóxicos quando lançados nos rios e oceanos; acumulando na cadeia alimentar, chegam pelas descargas dos rios contaminados. As principais fontes são as industriais, os garimpos e as lavouras, que aplicam cobre e zinco no combate aos fungos.
Os efeitos da contaminação dependem não só da dose, como também do tipo de poluente. O chumbo altera a síntese de hemoglobina, provocando anemia, insuficiência renal, problemas no sistema nervoso, cólicas intestinais e convulsões.
Outro sistema de contaminação ocorre por ar contaminado, onde poluentes podem acarretar em debilidade mental, tontura e enfraquecimento de pernas.
Bioacumulação, eutrofização e conceito
A bioacumulação e o fenômeno através do qual os organismos vivos retêm, dentro de si, certas substancias tóxicas sem conseguir eliminá-las.
A eutrofização refere-se ao que poderíamos chamar de "fertilização" das águas dos rios, lagos, represas, ou mesmo do mar, e ocorre continuamente com depósito de várias substancias nutritivas que vão alimentar as algas, os peixes e outros organismos aquáticos.
Quando estas "fertilizações" acontecem lentamente, de modo a contribuir para o equilíbrio ecológico do ambiente aquático, é chamada de eutrofização natural.
Certas atividades humanas, como a agricultura, fazem chegar até as águas superficiais uma quantidade de nutrientes muito maior que o normal. Arrastados pelas enxurradas, os adubos agrícolas chegam até os rios e lagos, o que se chama de eutrofização cultural.
Conceitos de poluição
De acordo com o conceito mais moderno e abrangente, poluição é tudo que ocorre com o meio e que altera suas características originais. Assim, um lago utilizado para o abastecimento de água ou para a pesca, estará poluído quando não mais se prestar a essas funções.
Esgotos
Os esgotos contêm, além de fezes humanas, restos de alimentos, sabões e detergentes, sendo considerados os principais fatores poluentes das águas em regiões densamente povoadas. Podendo citar como exemplo de águas poluídas por esgoto o rio Guaíba em Porto Alegre; o rio Tietê em São Paulo; e a Baía de Guanabara no Rio de Janeiro.
Agricultura
A agricultura contribui drasticamente com a poluição das águas, tanto superficiais como subterrâneas.
Essa contribuição se faz, basicamente, de duas formas: pelo aumento do despejo de substâncias eutrofizantes e pelo despejo de substâncias tóxicas.
Substâncias Eutrofizantes
O aumento de substâncias eutrofizantes provocado pela agricultura ocorre em primeiro lugar, pelo transporte de fertilizantes químicos à base de nitrogênio e fósforo, e também de detritos animais, para os riachos e lagos, devido a ação das chuvas.
O potássio e o cálcio exercem pouca influência sobre o crescimento de microrganismos na água. Entretanto, o nitrogênio e, principalmente, o fósforo são extremamente importantes como elementos eutrofizantes, pois os fosfatos e alguns compostos nitrogenados favorecem grandemente a proliferação de algas e outros microrganismos aquáticos.
Conclusão
O problema da intoxicação por causa da aplicação inadequada de produtos tóxicos também deve ser combatido dentro de casa. Isso porque, várias substâncias utilizadas em agrotóxicos estão presentes em inseticidas domésticos. O mau-uso desses produtos pode levar a problemas imediatos como um crise respiratória ou uma intoxicação alimentar. Há um problema de educação no uso de agrotóxicos e inseticidas domésticos.
"Para lidar com esses produtos, a pessoa deveria ser no mínimo alfabetizada e treinada, mas ainda são raras as experiências de educação".

Estrada reconstruída após terremoto no Japão

quarta-feira, 30 de março de 2011

0 comentários

Veja estrada reconstruída após terremoto no Japão

Imagens mostram como estrada que liga Tóquio à Naka foi recuperada em apenas seis dias
Yahoo Notícias
Imagens divulgadas nesta quinta-feira mostram a reconstrução de uma estrada parcialmente destruída pelo terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão no dia 11 de março. A estrada, que liga a capital japonesa, Tóquio, à Naka, na província de Ibaraki, foi reconstruída em apenas seis dias.
japao antesjapao depoisA foto da esquerda foi tirada no dia do tremor, que teve 9 graus de magnitude. A foto da direita foi tirada em 17 de março e mostra o trabalho de restauração feito pela companhia que administra a estrada.
A reabertura de estradas danificadas pelo tremor seguido de tsunami facilita o trabalho de entrega de ajuda humanitária aos desabrigados. Em Sendai, a cidade mais próxima do epicentro, helicópteros e aviões das forças japonesas já conseguem pousar e decolar do aeroporto.
Vinte navios, 140 aviões e cerca de 19 mil soldados americanos trabalham lado a lado com 100 mil militares japoneses para vasculhar as zonas devastadas e aliviar a situação das vítimas, que se concentram nas províncias de Iwate, Miyagi e Fukushima.
Milhares de voluntários japoneses e equipes internacionais também participam dos trabalhos. Com 18 mil casas destruídas e mais de 130 mil edifícios danificados, principalmente no litoral nordeste, as equipes de emergência habilitaram dois mil refúgios em lugares como escolas e ginásios onde se concentram mais de 200 mil moradores que perderam suas casas.
Segundo a agência Kyodo, o governo prepara leis especiais para acelerar a reconstrução, que incluirão medidas como eximir de impostos os sobreviventes das zonas mais afetadas pela catástrofe.
http://correiodesantamaria.com.br/?p=20189

ENERGIAS LIMPAS

domingo, 20 de março de 2011

0 comentários

Eólica

A geração de energia eólica vem crescendo a um ritmo acelerado nos últimos anos, principalmente em países como a Alemanha e Espanha. O que foi a saída para suprir a falta de energia elétrica provocada pela primeira crise do petróleo nos anos 70, hoje possui tecnologia avançada e já compete com outras fontes em todo o mundo.

Em 2001, foi desenvolvido pelo CRESESB/CEPEL o “Atlas do Potencial Eólico Brasileiro”, sinalizando um potencial indicativo promissor para o Brasil de 143 mil MW, em especial nas regiões Nordeste e Sul.

A energia eólica representou a maior fatia da geração de energias renováveis em 2007, com um crescimento de 28% no mundo, alcançando estimados 95GW, demonstra o relatório Renewables 2007 Global Status (Estado global das renováveis em 2007, na tradução livre), produzido pela Rede de Energias Renováveis para o século 21 (REN21, na sigla em inglês) em colaboração com Worldwatch Institute.

O presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, ressaltou que o vento gera energia a preço inferior à metade do que é cobrado pela energia gerada pelas termelétricas movidas a óleo combustível.

Energia Eólica no Brasil

A geração de energia a partir dos ventos no Brasil é uma alternativa para a diversificação da matriz energética. O chefe da Divisão de Desenvolvimento Energético das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), engenheiro Wilson Reguse, ressalta o fato de que estudos já demonstraram que as fontes eólicas e hídricas se complementam em diversas bacias brasileiras.

“Em períodos do ano de baixa precipitação pluviométrica se registram os melhores ventos, dai a complementaridade das fontes”, explica. Especialista em energia eólica pelo Deutsches Windenergie Institut (DEWI) de Wilhelmshaven, na Alemanha, Reguse é responsável por projetos de geração de energia através de fontes não convencionais, como eólica e solar.

A jornalista Alessandra Mathyas explica que a energia eólica tem um custo considerado competitivo, no entanto vários fatores, como o preço dos equipamentos, ainda na mão de poucos fabricantes e a incerteza do mercado, levam a um valor médio de R$ 200 MW/h para a execução de um parque como o que já está em operação em Osório/RS com capacidade  de 150 MW – o que faz dele o maior da América Latina e o segundo maior do mundo em operação atualmente. Na energia solar, este custo é ainda maior, ultrapassando os R$ 900 MW/h. Os últimos leilões de energia nova têm registrado um valor médio de R$ 130 MW/h nas chamadas fontes convencionais – hidro e térmicas.
http://www.institutocarbonobrasil.org.br/energias/eolica

EMISSÃO DE GASES - TABELA DE EMISSÕES

0 comentários
Emissões de gases do efeito estufa dos países desenvolvidos e economias em transição entre os anos de 1990 e 2006, em milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente.

Veja informações detalhadas sobre mudanças nas emissões até 2007 no relatório de outubro de 2009 do Secretariado de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, clicando aqui.
     País   2006     2005    2000      1990      2006/1990
 (mudança %) 
  Turquia   331,8     312,4     280,0    170,1     95,1
 Espanha         433,3    440,9     385,0     287,7     50,6
 Portugal         82,7     87,2      81,5      59,1     39,9
 Austrália       536,1    529,5     495,2     416,2     28,8
 Grécia          133,1     133,8    128,2     104,6      27,3
 Nova Zelândia 77,9     77,4      70,7      61,9     25,7
 Irlanda          69,8      70,3     69,0      55,5      25,6
 Islândia          4,2       3,7      3,7       3,4      24,2
 Canadá          720,6     734,5    717,7     592,3      21,7
 Liechtenstein    0,27     0,27      0,25      0,23     17,9
 Áustria          91,1      93,3     81,1      79,2      15,1
 EUA           7.017,3   7.106,6  7.002,6   6.135,2      14,4
 Finlândia        80,3     69,0      69,8      70,9     13,2
 Itália          567,9     577,9    552,3     516,9       9,9
 Noruega          53,5      53,8     53,5      49,7      7,7
 Japão         1.340,1  1.358,1   1.348,3   1.272,1      5,3
 Dinamarca        71,9     65,0      69,3      70,3      2,2
 Eslovênia        20,6     20,5      18,9      20,3      1,2
 Luxemburgo       13,3     13,3      10,2      13,2      1,0
 Suíça            53,2     53,8      51,8      52,8      0,8
  Países Baixos 207,5    211,7     213,6     211,6     -2,0
 UE            4.151,1   4.186,0  4.117,6   4.243,8      -2,2
 França          546,5     560,3    559,9     566,4      -3,5
 Croácia          30,8      30,6     26,2      32,5      -5,2
 Bélgica         137,0    142,3     145,5     144,5     -5,2
 Suécia           65,7      66,9     68,3      72,0      -8,7
 Mônaco           0,09      0,10     0,12      0,11     -13,1
 Inglaterra      655,8    658,7     673,7     772,0    -15,1
 Alemanha      1.004,8  1.005,0   1.019,5   1.227,7    -18,2
 Rep. Tcheca 148,2    145,7     147,0     194,2    -23,7
 Polônia         400,5    386,4     389,5     563,4    -28,9
 Hungria          78,6      80,2    115,8      77,6     -32,1
 Eslováquia       48,9     49,3      48,5      73,7    -33,6
 Rússia        2.190,2  2.123,4   2.038,3   3.326,4    -34,2
 Belarus          81,0      75,6     69,8     127,4    -36,4
 Romênia         156,7    152,0     138,7     281,9    -44,4
 Bulgária         71,3     70,5      68,7     132,6    -46,2
 Ucrânia         443,1    425,7     395,0     922,0    -51,9
 Lituânia         23,2      22,7     19,4      49,4     -53,0
 Estônia          18,9      19,3     18,2      41,6     -54,6
 Letônia          11,6      11,1     10,0      26,4     -56,1
 TOTAL (Bilhões) 18,0      18,0     17,6      18,9      -4,7

Nota: Os dados excluem as emissões provenientes de florestas, uso da terra e mudança de uso da terra.

MERCADO DE CARBONO

0 comentários
O Homem lança mais de 35,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano* na atmosfera, o principal gás causador do aquecimento global.  Para diminuir estes números, foram criados projetos de redução de emissões de gases do efeito estufa.

Estes projetos, após serem avaliados segundo metodologias aprovadas pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), podem gerar créditos de carbono e serem utilizados por países desenvolvidos integrantes do Anexo 1 do Protocolo de Quioto para alcançar suas metas de redução das emissões de gases do efeito estufa. O Protocolo de Quioto institui o mercado de carbono como um dos mecanismos para reduzir os custos no corte das emissões, assim como o Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e a Implementação Conjunta.

O mercado de carbono também existe fora do contexto de Quioto, com vários programas voluntários de redução das emissões, como os dos Estados Unidos. O mercado voluntário abre as portas para a inovação, já que não tem muitas regras pré-estabelecidas como no Protocolo de Quioto, e para projetos de menor escala que seriam inviáveis sob Quioto.

As negociações são guiadas pelas regras comuns de mercado, podendo ser efetuadas em bolsas, através de intermediários ou diretamente entre as partes interessadas. A convenção para a transação dos créditos é o CO2 equivalente.

Atualmente o comércio de crédito de carbono está movimentando a economia de grandes países. O Brasil, que já ocupou o primeiro lugar no ranking dos principais produtores de projetos, acabou perdendo o lugar para a China e a Índia. Esses dois países em conjunto com a Austrália, Coréia do Sul e Japão produzem quase metade dos gases causadores do aquecimento global.  Segundo especialistas, o potencial brasileiro é muito grande, existindo uma grande expectativa nesse novo mercado.
Relatório do Banco Mundial indica crescimento especulativo do mercado com baixo financiamento de novos projetos

O relatório "State and Trends of the Carbon Market 2010" publicado pelo Banco Mundial em maio de 2010 demonstrou um crescimento do mercado de carbono da ordem de 6% durante o ano de 2009, mesmo diante da crise financeira internacional, com valores totais negociados na ordem de US$ 144 bilhões em comparação a US$ 136 bilhões durante 2008.

Embora tenha ocorrido tal crescimento em um ano de crise financeira, certo é que tal situação decorre de um movimento especulativo, pois não se verifica uma atividade forte de financiamento de novas iniciativas de projetos Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ou Implementação Conjunta .

Tal relatório demonstrou uma redução significativa do financiamento pelos países industrializados nos países em desenvolvimento, de forma que as reduções de gases efeito estufa cairam pela metade (de 211 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) em 2009, contra 404 milhões em 2008). Os investimentos diretos nos projetos de MDL caíram 59% para US$ 2,7 bilhões em 2009, conclui o Banco Mundial, segundo ano seguido que os investimentos declinam. Em 2008, o Banco havia dito que os investimentos no MDL haviam caído para US$ 6,5 bilhões, uma queda de 12,3% ano a ano.

O Banco Mundial ressaltou que:  "A crise financeira estimulou as instituições financeiras e os investidores privados a desalavancagem e a redirecionar suas posições longe de investimentos de risco e para ativos mais seguros e mercados", em seu relatório publicado na Carbon Expo em Colônia, Alemanha.

O relatório traz expectativas que a demanda liquida cumulativa para os três ativos de Quioto (RCEs, ERUs, AAUs) até 2012 subirá este ano para 230 milhões de toneladas, considerando-se a demanda total menos o que já foi adquirido e adotando parametros conservadores de crescimento econômico. Isto se dará por conta principalmente  das atividades dos  governos europeus para cumprir as suas metas de reduções, porém somente com uma sinalização positiva de um cenário pós Quioto é que realmente teremos um fluxo de capitais mais consistente para os países em desenvolvimento que não sejam China e Índia, países que mais tem recebido capital dos fundos de energia limpa e reduções de emissões.

A grande expectativa é a implementação do mercado norte-americano, após o anúncio dos principais tópicos do Climate Act Bill pelos Senadores John Kerry e Lieberman no último dia 12 de maio. 

O RGGI (Regional Greenhouse Gas Initiative), apenas para termos uma idéia, subiu o volume financeiro de negociações para US $ 2,2 bilhões no ano passado (2009) em comparação a US $ 200 milhões em 2008, disse o relatório. Além disso, o volume de trocas de permissões que em 2008 foi da ordem de 62 milhões subiu para 805 milhões em 2009, ou seja, quatro vezes mais que o esquema europeu, somadas as EUAs e RCEs. Vamos aguardar e torcer para que em Dezembro (COP 16), finalmente, possamos ter o grande mercado norte-americano aberto aos nossos projetos.
http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mercado_de_carbono/p=2

Mercado de Carbono

0 comentários

Notícias

18/03/2011 12:30 Mercado de captura e armazenamento de carbono no Reino Unido pode chegar a R$ 26 bilhões em 2025

17/03/2011 15:08 Primeiro projeto florestal da América do Sul é registrado sob o VCS

17/03/2011 13:05 África do Sul quer taxa para carbono em 2012

O país sede da próxima Conferência do Clima (COP17) pretende dar o exemplo e deve incluir no orçamento do próximo ano a medida de cobrar pelas emissões das indústrias

16/03/2011 12:35 Comissão Européia pretende leiloar EUAs da terceira fase do EU ETS em 2012

15/03/2011 10:38 Mercado voluntário ganha espaço diante das incertezas políticas

11/03/2011 12:48 União Europeia afirma que maioria dos registros de carbono não poderá abrir em 14 de março

Comissão vai apresentar uma atualização dos registros regionais após reunião dos ministros do meio ambiente na próxima semana

10/03/2011 13:50 Comissão Europeia estabelece limite de emissões para setor da aviação

A partir de 2012, UE quer aplicar proposta para incluir aviação no EU ETS

10/03/2011 12:56 Deutsche Bank diminui expectativa de preços e emissões de CO2

04/03/2011 11:26 Estados investiram 80% da renda da RGGI em redução de emissões

03/03/2011 11:20 Mais registros voltam a operar em meio a discussões para reforma do EU ETS

25/02/2011 14:02 União Européia acredita que preço do carbono pode duplicar em vinte anos

UE espera que valor das permissões dobre nas próximas duas décadas à medida que a meta de reduções for crescendo

24/02/2011 10:28 Câmara de deputados de estado norte-americano vota pelo abandono da RGGI

23/02/2011 11:15 Europa recomenda ações contra fraudes e reabre transações em três registros

21/02/2011 12:53 União Européia é processada por roubo de permissões de emissão de CO2

21/02/2011 10:40 Países europeus decidem por plataformas distintas para o comércio de emissões

18/02/2011 13:35 Comitê de mudanças climáticas da Austrália adia decisão sobre preço do carbono

17/02/2011 14:42 Reino Unido busca financiamento da União Européia para captura e armazenamento de carbono

09/02/2011 12:35 Mais registros de carbono devem reabrir nesta semana

08/02/2011 14:35 Empregos no mercado de carbono aguentaram bem a recessão

08/02/2011 12:35 ABNT libera para votação projeto de norma sobre o mercado voluntário de carbono


http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mercado_de_carbono/noticias

BARRAGINHAS

0 comentários

Quem vive nas cidades, com água em abundância nas torneiras, talvez nunca tenha ouvido falar de Barraginhas e e quando ouve falar em seca, em desertificação, fica pensando que esse é um problema muito distante de nós. Mas para quem vive no Sertão Nordestino, no Semi-Árido do Brasil, as Barraginhas estão se constituindo numa das mais naturais, acessíveis e maravilhosas soluções de mitigação de impacto ambiental.

Em parceria com a EMBRAPA, o mineiro Luciano Cordoval, Engenheiro Agrônomo, desenvolveu o sistema de Barraginhas, que são construções de miniaçudes ao longo dos sulcos das enxurradas para coletar as águas das chuvas, evitando que elas se percam e lavem o solo, empobrecendo-o, como vinha ocorrendo há décadas. Com o desmatamento intensivo, muitas terras em todo o país ficaram compactadas, diminuindo a capacidade de infiltração de água pelo solo. É como se o terreno fosse um telhado, onde a água da chuva cai e já vai escorrendo, causando a lixiviação, que é a lavagem dos nutrientes da terra. O resultado são solos cada vez mais erodidos, secos e improdutivos.

A água captada pelas barraginhas provoca mais umidade em áreas de baixada, favorecendo o surgimento e enriquecimento de mananciais. Outro aspecto positivo é a revitalização de córregos e rios e o surgimento de minas e nascentes. A conseqüência é a amenização das estiagens e o favorecimento do plantio de lavouras, hortas e pomares. “Isso é sinônimo de sustentabilidade na agricultura, com a geração de mais renda e qualidade de vida para as famílias”, explica Cordoval. A meta após o reconhecimento, segundo o agrônomo, é dar ainda mais visibilidade ao projeto, classificado como tropical por sua amplitude de aplicação. A técnica é milenar nas regiões desérticas e vem sendo aperfeiçoada pela Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Convido aos visitantes a assistirem os vídeos: Aqui, realmente as imagens falam mais que mil palavras:

Primeiro Vídeo – Parte 1

   
http://ecoamigos.wordpress.com/barraginhas/

O que é crédito de carbono e Como é feita a quantificação do carbono

1 comentários
Créditos de Carbono são certificados que autorizam o direito de poluir.
O princípio é simples. As agências de proteção ambiental reguladoras emitem certificados autorizando emissões de toneladas de dióxido de enxofre, monóxido de carbono e outros gases poluentes.
Inicialmente, selecionam-se indústrias que mais poluem no País e a partir daí são estabelecidas metas para a redução de suas emissões. A empresas recebem bônus negociáveis na proporção de suas responsabilidades. Cada bônus, cotado em dólares, equivale a uma tonelada de poluentes. Quem não cumpre as metas de redução progressiva estabelecidas por lei, tem que comprar certificados das empresas mais bem sucedidas. O sistema tem a vantagem de permitir que cada empresa estabeleça seu próprio ritmo de adequação às leis ambientais.
Estes certificados podem ser comercializados através das Bolsas de Valores e de Mercadorias, como o exemplo do Clean Air de 1970, e os contratos na bolsa estadunidense. (Emission Trading – Joint Implementation).
Há várias empresas especializadas no desenvolvimento de projetos que reduzem o nível de gás carbônico na atmosfera e na negociação de certificados de emissão do gás espalhadas pelo mundo se preparando para vender cotas dos países subdesenvolvidos e países em desenvolvimento, que em geral emitem menos poluentes, para os que poluem mais. Enfim, preparam-se para negociar contratos de compra e venda de certificados que conferem aos países desenvolvidos o direito de poluir.
Crédito de Carbono é então, uma espécie de moeda ambiental, que pode ser conseguida por diversos meios:Projetos que absorvam GEE (Gases de Efeito Estufa) da atmosfera, reflorestamento, por exemplo:
Redução das emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis;
Substituição de combustíveis fósseis por  energia limpa e renovável, como eólica, solar, biomassa, PCH (Pequena Central Hidrelétrica) etc;
Aproveitamento das emissões que seriam de qualquer forma descarregadas na atmosfera (metano de aterros sanitários), para a produção de energia.
No Brasil temos um grande potencial para a geração de “créditos de carbono”. O porte de nosso setor florestal é inigualável, nossa matriz energética é peculiar e não nos faltam fatores físicos, geográficos e climáticos favoráveis ao desenvolvimento de fontes energéticas ambientalmente sadias.
Como é feita a quantificação do carbono?

A quantificação é feita com base em cálculos, os quais demonstram a quantidade de dióxido de carbono a ser removida ou a quantidade de gases do efeito estufa que deixará de ser lançada na atmosfera com a efetivação de um projeto. Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente. Essa medida internacional foi criada para medir o potencial de aquecimento global (GWP – Global Warmig Potencial) de cada um dos seis gases causadores do efeito estufa. Por exemplo, o metano possui um GWP de 23, pois seu potencial causador do efeito estufa é 23 vezes mais poderoso que o CO2. Em países como a China e a Índia, ainda é utilizado na indústria de refrigeração, um gás chamado HFC 23 que possui um GWP de 11.700, ou seja, muito mais poderoso que o CO2 e que o CH4.
Esses países estão desenvolvendo projetos de MDL baseados na utilização de tecnologias para coletar e dissolver este gás.
Segunda a Ecosecurities, a tonelada de carbono está sendo vendida no Brasil, por cerca de US$ 5, devido ao risco Brasil.
Risco Brasil – no caso do Brasil, como também no da África, é exigida uma série de certificações e avais em função dos riscos de crédito, por todas as questões de credibilidade: o chamado “Risco Brasil”. O Brasil não é considerado no mercado internacional um bom pagador. Já tivemos escândalos financeiros que assustaram investidores sérios, atraindo ao país investimentos de curtíssimo prazo, capital especulativo e volátil, além dos chamados farejadores das Ilhas Cayman, que adoram negócios “nebulosos” para ancorar as operações de lavagem de dinheiro. Tudo isso entra na contabilidade dos empréstimos internacionais, e o risco que corremos é de acontecer de o dinheiro com taxa baixa ou a fundo perdido chegar na mão do pequeno com taxas altíssimas.
Não se deve esquecer ainda da vulnerabilidade deste indivíduo diante de contratos complexos, projetos duvidosos e pressões de especuladores, interessados em comprar terras abaixo do preço do mercado para se credenciarem a esses investimentos.
Perguntas comuns:
Possuo uma área com reflorestamento, posso ganhar créditos de carbono com isso?
R: Para que um projeto se encaixe dentro das regras do MDL este precisa cumprir um critério que se chama adicionalidade, segundo este, um projeto precisa: ou absorver dióxido de carbono da atmosfera (no caso de reflorestamentos) ou evitar o lançamento de gases do efeito estufa (no caso de eficiência energética). Além disso, por este critério, o projeto precisa adicionar alguma vantagem, a qual não ocorreria sem este. Ou seja, no caso de reflorestamentos já ocorridos, o projeto não apresenta a adicionalidade, pois o reflorestamento já existia na ausência do projeto.

Projetos de conservação de mata nativa ou manejo florestal podem se tornar projetos de MDL?
R: Por enquanto, quanto à obtenção de créditos de carbono, a conservação e o manejo florestal não se encaixam dentro dos pré-requisitos para projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), ou seja, de comércio de carbono.
O mercado de carbono possui um critério que se chama adicionalidade, segundo este, um projeto precisa: ou absorver dióxido de carbono da atmosfera (no caso de reflorestamentos) ou evitar o lançamento de gases do efeito estufa (no caso de eficiência energética). Assim, no caso de conservação florestal, não há adicionalidade pois, sem o projeto, a absorção do CO2 já ocorreria naturalmente. Mas esta possibilidade está sendo amplamente discutida, e já existem algumas bolsas de participação voluntária que negociam estes créditos, fora do mercado vinculado ao Protocolo de Kyoto. Uma destas bolsas é a Chicago Climate Exchange. Existem também alguns fundos que apóiam este tipo de projeto, como o BioCarbon Fund, do Banco Mundial e o Climate Care (www.climatecare.org). Uma possibilidade concreta para incentivar a preservação de áreas de mata nativa é a criação de uma RPPN (Reserva Privada do Patrimônio Natural). Em alguns estados a criação dessas reservas possibilita a isenção de alguns impostos e a utilização dessas áreas para fins de educação ambiental e ecoturismo.

JAPÃO. SEMPRE SERÁ UMA LIÇÃO

terça-feira, 15 de março de 2011

1 comentários
Área fica devastada após tremor em Minamisanriku, nordeste do Japão Cruz Vermelha estima que metade dos habitantes de Otsuchi morreu



NÃO SERÃO AS FOTOS DO TERREMOTO E TSUNAMI QUE APAGARÃO A BELEZA E A GARRA DO POVO JAPONÊS.
MAIS UMA VEZ TEREMOS A FELICIDADE DE ASSISTIR EM TEMPO REAL  O QUE A HISTÓRIA CONTARÁ DAQUI A MUITOS ANOS. " COMO REERGUER UM PAIS APÓS MAIS UMA CATÁSTROFE".
IMPORTANTE SABER, E SABER ADMIRAR A CULTURA E FORÇA DE UM POVO QUE (ACIMA DO DINHEIRO) CONSEGUE SE SUPERAR E SE COOPERAR DE FORMA A TER
" NOVAMENTE" O SEU PAÍS.
NÃO É O PODER, O DINHEIRO, A EXTENSÃO TERRITORIAL, MAS SIM A VONTADE DE OLHAR SUA BANDEIRA E SEUS VALORES E SE ORGULHAR DELES.

CORAGEM A VOCÊS POVO DO JAPÃO.
O BRASIL SEMPRE OS VERÁ COMO LIÇÃO DE CASA.
A GARRA NÃO LHES FALTA.
O MOMENTO É TRISTE, MAS A VONTADE DE NOVAMENTE VENCER, TENHO CERTEZA QUE É MUITO MAIOR.

Sustentabilidade Social começa em casa

quinta-feira, 10 de março de 2011

0 comentários

Formação de futuros cidadãos começa nos lares de hoje.

12.08.2010 | Por Izabel Portela
Sustentabilidade Social começa em casa
O conceito de sustentabilidade vem ao longo do tempo sendo ampliado, conforme a própria evolução da humanidade. Até chegarmos ao conceito mais utilizado atualmente que trata da solidariedade intergerações, de tal modo que o bem estar das gerações atuais não pode comprometer as oportunidades e necessidades das gerações futuras, passamos por várias etapas. Inicialmente o conceito de sustentabilidade relacionava-se quase que exclusivamente às questões ambientais, não sendo levadas em consideração as dimensões econômicas e sociais. Desta forma que esta chamada era quase como um grito de guerra das organizações não governamentais voltadas para as questões ambientais. Estava distante da lógica dos negócios.

Sérgio Buarque em 1994, também conceituou o desenvolvimento sustentável como o "Compromisso com o futuro e a solidariedade entre gerações". Resumidamente o autor nos chama para o cuidado, com o outro, com a terra, com a vida. Isto nos faz pensar que a sustentabilidade social começa em casa. Provocador o tema, mas extremamente educativo. Hoje, vivenciamos um cenário onde as empresas privadas estão incorporando às suas estratégias de gestão critérios ambientais para todas as etapas do processo produtivo e ainda levando em consideração as dimensões sociais como critérios para a seleção e monitoramento de seus bens e serviços e o compromisso formal com a valorização da diversidade.

A dimensão econômica também está sendo impactada por este conceito onde existem metodologias que avaliam o impacto da incorporação de aspectos socioambientais nos resultados financeiros da empresa e também sistemas de gestão de riscos, quantificando muitas vezes o percentual do mesmo na reputação da empresa, na liquidez, no crédito etc.

A evolução tem sido constante e o Brasil, até o final de 2009 possuía 97 empresas certificadas pela SA8000, referente a boas condições de trabalho. É o quarto país no mundo em empresas com a certificação, atrás de Itália, Índia e China. Em relação a créditos de carbono, 226 projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) estão em andamento no país, que é o terceiro no mundo em número de projetos, atrás da China e Índia.

Os números também tem sido tentadores em relação às empresas signatárias do Pacto Global (417 no total) o que coloca o nosso país na quarta posição, seguido da França, Espanha e México. Levando em consideração que preservar a vida é um ato de caráter maternal, não temos como não considerar que esta ação deve-se iniciar nos lares, nas famílias, de onde sairão os futuros gestores das organizações privadas, não governamentais, governamentais, cidadãos adultos responsáveis pelas futuras gerações.

* Izabel Portela é jornalista, professora e atual diretora-presidente do Instituto IRIS

Plano Nacional sobre Mudança do Clima

quinta-feira, 3 de março de 2011

0 comentários

Breve histórico

Em novembro de 2007, foi promulgado o Decreto presidencial n° 6.263/2007, por meio do qual o governo federal criou, em caráter permanente, o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM) e seu Grupo Executivo (GEx), com as atribuições principais de elaborar e implementar a Política Nacional sobre Mudança do Clima e o Plano Nacional sobre Mudança do Clima.
O CIM é coordenado pela Casa Civil da Presidência da República, compõe-se dezessete órgãos federais e tem como convidado para suas reuniões o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC). Já o GEx compõe-se de oito ministérios e do FBMC, sendo coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.
Como primeiro resultado de seus trabalhos, encaminhou-se ao Congresso Nacional, no dia 05 de junho de 2008, proposta de Política Nacional sobre Mudança do Clima, através do Projeto de Lei n.º 3535/2008. Essa fixava objetivos, princípios, diretrizes e instrumentos, aplicáveis tanto ao Plano Nacional sobre Mudança do Clima, como a outros planos, programas, projetos e ações no Brasil relacionados com o tema. No fim do ano de 2009 foi promulgada a Lei 12.187, que dispõe sobre a Política Nacional sobre Mudança do Clima.

O Plano

Sobre o Plano Nacional sobre Mudança do Clima especificamente, esse foi apresentado oficialmente em cerimônia no Palácio do Planalto no dia 1º de dezembro de 2008, e visa a incentivar o desenvolvimento e aprimoramento de ações de mitigação no Brasil, colaborando com o esforço mundial de redução das emissões de gases de efeito estufa, bem como objetiva a criação de condições internas para lidar com os impactos das mudanças climáticas globais (adaptação).
O Plano estrutura-se em quatro eixos: oportunidades de mitigação; impactos, vulnerabilidades e adaptação; pesquisa e desenvolvimento; e educação, capacitação e comunicação. Seus objetivos principais são:
1) Identificar, planejar e coordenar as ações para mitigar as emissões de gases de efeito estufa geradas no Brasil, bem como àquelas necessárias à adaptação da sociedade aos impactos que ocorram devido à mudança do clima;
2) Fomentar aumentos de eficiência no desempenho dos setores da economia na busca constante do alcance das melhores práticas;
3) Buscar manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica, preservando posição de destaque que o Brasil sempre ocupou no cenário internacional;
4) Fomentar o aumento sustentável da participação de biocombustíveis na matriz de transportes nacional e, ainda, atuar com vistas à estruturação de um mercado internacional de biocombustíveis sustentáveis;
5) Buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento, em sua média quinquenal, em todos os biomas brasileiros, até que se atinja o desmatamento ilegal zero;
6) Eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil, até 2015;
7) Fortalecer ações intersetoriais voltadas para redução das vulnerabilidades das populações;
8) Procurar identificar os impactos ambientais decorrentes da mudança do clima e fomentar o desenvolvimento de pesquisas científicas para que se possa traçar uma estratégia que minimize os custos sócio-econômicos de adaptação do País.
O Plano Nacional sobre Mudança do Clima apresenta também algumas metas, que se reverterão na redução de emissões de gases de efeito estufa, além de outros ganhos ambientais e benefícios socioeconômicos. São algumas delas:
- reduzir em 80% o índice de desmatamento anual da Amazônia até 2020;
- ampliar em 11% ao ano nos próximos dez anos o consumo interno de etanol;
- dobrar a área de florestas plantadas, para 11 milhões de hectares em 2020, sendo 2 milhões de ha com uso de espécies nativas;
- troca de 1 milhão de geladeiras antigas por ano, em 10 anos;
- aumento da reciclagem de resíduos sólidos urbanos em 20% até 2015;
- aumento da oferta de energia elétrica de co-geração, principalmente a bagaço de cana-de-açúcar, para 11,4% da oferta total de eletricidade no país, em 2030;
- redução das perdas não-técnicas na distribuição de energia elétrica à taxa de 1.000 GWh por ano, nos próximos 10 anos.
Trata-se de um plano não só interministerial, mas nacional, isto é, deve contar com a contribuição tanto de estados e municípios como dos diversos setores da sociedade - algo que ocorreu a contento em sua elaboração, com a realização de consultas públicas e de reuniões setoriais promovidas pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, bem como por meio da consideração das deliberações da IIIª Conferência Nacional do Meio Ambiente.
Ainda sobre o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, este possui caráter dinâmico e passará por revisões e avaliações de resultados sazonalmente, para que possa ser implementado em consonância com os desejos e desígnios da sociedade brasileira.

Aquecimento global

0 comentários
Embora o clima tenha apresentado mudanças ao longo da história da Terra, em todas as escalas de tempo, percebe-se que a mudança atual apresenta alguns aspectos distintos. Por exemplo, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera observada em 2005 excedeu, e muito, a variação natural dos últimos 650 mil anos, atingindo o valor recorde de 379 partes por milhão em volume (ppmv) - isto é, um aumento de quase 100 ppmv desde a era pré-industrial.
Outro aspecto distinto da mudança atual do clima é a sua origem: ao passo que as mudanças do clima no passado decorreram de fenômenos naturais, a maior parte da atual mudança do clima, particularmente nos últimos 50 anos, é atribuída às atividades humanas.
A principal evidência dessa mudança atual do clima é o aquecimento global, que foi detectado no aumento da temperatura média global do ar e dos oceanos, no derretimento generalizado da neve e do gelo, e na elevação do nível do mar, não podendo mais ser negada.
Atualmente, as temperaturas médias globais de superfície são as maiores dos últimos cinco séculos, pelo menos. A temperatura média global de superfície aumentou cerca de 0,74ºC, nos últimos cem anos. Caso não se atue neste aquecimento de forma significativa, espera-se observar, ainda neste século, um clima bastante incomum, podendo apresentar, por exemplo, um acréscimo médio da temperatura global de 2ºC a 5,8°C, segundo o 4° Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), de 2007.
Em resumo, a primeira parte do 4º relatório do IPCC, que compila os estudos sobre base científica da mudança do clima, considera o aquecimento global um fenômeno inequívoco e, muito provavelmente, causado pelas atividades antrópicas. A comunidade científica tem tido um papel importante para subsidiar os países em sua tomada de decisão, fornecendo projeções da mudança do clima sob diferentes cenários futuros, dentro de margens de erro aceitáveis, indicando desafios e apontando oportunidades.

Efeito estufa

0 comentários
O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na Terra.
Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de volta ao espaço, ao atingir o topo da atmosfera terrestre - e parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície da Terra, promovendo o seu aquecimento. Uma parcela desse calor é irradiada de volta ao espaço, mas é bloqueada pela presença de gases de efeito estufa que, apesar de deixarem passar a energia vinda do Sol (emitida em comprimentos de onda menores), são opacos à radiação terrestre, emitida em maiores comprimentos de onda. Essa diferença nos comprimentos de onda se deve às diferenças nas temperaturas do Sol e da superfície terrestre.
De fato, é a presença desses gases na atmosfera o que torna a Terra habitável, pois, caso não existissem naturalmente, a temperatura média do planeta seria muito baixa, da ordem de 18ºC negativos. A troca de energia entre a superfície e a atmosfera mantém as atuais condições, que proporcionam uma temperatura média global, próxima à superfície, de 14ºC.
Quando existe um balanço entre a energia solar incidente e a energia refletida na forma de calor pela superfície terrestre, o clima se mantém praticamente inalterado. Entretanto, o balanço de energia pode ser alterado de várias formas: (1) pela mudança na quantidade de energia que chega à superfície terrestre; (2) pela mudança na órbita da Terra ou do próprio Sol; (3) pela mudança na quantidade de energia que chega à superfície terrestre e é refletida de volta ao espaço, devido à presença de nuvens ou de partículas na atmosfera (também chamadas de aerossóis, que resultam de queimadas, por exemplo); e, finalmente, (4) graças à alteração na quantidade de energia de maiores comprimentos de onda refletida de volta ao espaço, devido a mudanças na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
Essas mudanças na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera estão ocorrendo em função do aumento insustentável das emissões antrópicas desses gases.
As emissões de gases de efeito estufa ocorrem praticamente em todas as atividades humanas e setores da economia: na agricultura, por meio da preparação da terra para plantio e aplicação de fertilizantes; na pecuária, por meio do tratamento de dejetos animais e pela fermentação entérica do gado; no transporte, pelo uso de combustíveis fósseis, como gasolina e gás natural; no tratamento dos resíduos sólidos, pela forma como o lixo é tratado e disposto; nas florestas, pelo desmatamento e degradação de florestas; e nas indústrias, pelos processos de produção, como cimento, alumínio, ferro e aço, por exemplo.

Gases de efeito estufa

Há quatro principais gases de efeito estufa (GEE), além de duas famílias de gases, regulados pelo Protocolo de Quioto:
- O dióxido de carbono (CO2) é o mais abundante dos GEE, sendo emitido como resultado de inúmeras atividades humanas como, por exemplo, por meio do uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) e também com a mudança no uso da terra. A quantidade de dióxido de carbono na atmosfera aumentou 35% desde a era industrial, e este aumento deve-se a atividades humanas, principalmente pela queima de combustíveis fósseis e remoção de florestas. O CO2 é utilizado como referência para classificar o poder de aquecimento global dos demais gases de efeito estufa;
- O gás metano (CH4) é produzido pela decomposição da matéria orgânica, sendo encontrado geralmente em aterros sanitários, lixões e reservatórios de hidrelétricas (em maior ou menor grau, dependendo do uso da terra anterior à construção do reservatório) e também pela criação de gado e cultivo de arroz. Com poder de aquecimento global 21 vezes maior que o dióxido de carbono;
- O óxido nitroso (N2O) cujas emissões resultam, entre outros, do tratamento de dejetos animais, do uso de fertilizantes, da queima de combustíveis fósseis e de alguns processos industriais, possui um poder de aquecimento global 310 vezes maior que o CO2;
- O hexafluoreto de enxofre (SF6) é utilizado principalmente como isolante térmico e condutor de calor; gás com o maior poder de aquecimento, é 23.900 vezes mais ativo no efeito estufa do que o CO2;
- O hidrofluorcarbonos (HFCs), utilizados como substitutos dos clorofluorcarbonos (CFCs) em aerossóis e refrigeradores; não agridem a camada de ozônio, mas têm, em geral, alto potencial de aquecimento global (variando entre 140 e 11.700);
- Os perfluorcarbonos (PFCs) são utilizados como gases refrigerantes, solventes, propulsores, espuma e aerossóis e têm potencial de aquecimento global variando de 6.500 a 9.200.
Os hidrofluorcarbonos e os perfluorcarbonos pertencem à família dos halocarbonos, todos eles produzidos, principalmente, por atividades antrópicas.

As emissões mundiais

No Relatório sobre os Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa dos Países Partes do Anexo I da Convenção sobre Mudança do Clima, elaborado pelo Secretariado da Convenção, estão compilados dados referentes às emissões desses países entre os anos de 1990 e 2005.
Percebe-se que, neste período, considerando-se o conjunto total dos Países Partes do Anexo I, houve um decréscimo de 2,8% nas emissões. Entretanto, se forem desconsiderados da contabilização os países com economias em transição, nota-se um aumento de 11% nas emissões de GEE. Portanto, grande parte do decréscimo de 2,8% é atribuído à desaceleração e retração da economia dos países do Leste Europeu, que passaram por um momento de transição em seus processos produtivos, e não por políticas efetivas de mitigação por parte dos países desenvolvidos.
Outro dado importante, também extraído do relatório citado anteriormente, mostra que os países desenvolvidos têm o setor de energia como o grande responsável pelas emissões de GEE. Este setor respondeu, em 1990, por 85% das emissões e por 90%, em 2005. Os setores de indústrias, agricultura e resíduos representaram, respectivamente, 8%, 10% e 3%, em 1990, e 7%, 9% e 3%, em 2005. Vale ressaltar que, ao passo que os outros setores apresentaram redução de emissões no período entre 1990 e 2005, o setor energético apresentou um aumento de 0,5% para o mesmo período.

Figura 1: Emissões globais de gases de efeito estufa por setor, em 2004.
Fonte: IPCC (2006). Adaptado de Olivir et al. 2005, 2006.
Observações:
Suprimento de energia: exclui refinarias, fornos de carvão e correlatos, que são abordados no tópico relativo ao setor industrial.
Transporte: inclui transporte internacional (marítimo e da aviação), excluindo-se a pesca. Exclui o uso de veículos e maquinários utilizados na agricultura e em atividades florestais.
Edificações comerciais e residenciais: inclui o uso tradicional de biomassa e a parcela de emissões provenientes da geração de eletricidade centralizada.
Indústria: inclui refinarias, fornos de carvão.
Agricultura: inclui as emissões de gases não-CO2 pela queima de resíduos agrícolas e queima de vegetação no cerrado. As emissões/remoções de CO2 por solos agrícolas não estão incluídos.
Florestas: os dados incluem emissões de CO2 por desmatamento, por decomposição da biomassa acima do solo que permanece após o desmatamento ou corte seletivo de madeira, e CO2 por queima de turfa e decomposição de solos drenados de turfa.
Resíduos: inclui aterros sanitários e emissões de óxido nitroso pela incineração de resíduos. 
Os países desenvolvidos (denominados países ou Partes do Anexo I da Convenção) agregam 20% da população mundial, mas são responsáveis por 54,6% das emissões globais de gases de efeito estufa. Em contraste, 80% da população mundial concentra-se em países em desenvolvimento (Partes não-Anexo I) e são responsáveis por 45,4% das emissões de gases de efeito estufa no período 1950 - 2000.
As emissões acumuladas de CO2, de 1950 a 2000, produzidas pelo Instituto de Recursos Mundiais (WRI) são apresentadas na Tabela 1.1: 
Fonte: World Resources Institute (WRI).
Mesmo considerando os dados da Tabela 1.1, que foca somente na segunda metade do século passado, fica claro que os países em desenvolvimento tiveram uma contribuição muito pequena para o aquecimento global, considerando que concentram 80% da população mundial. Os EUA e a Europa, juntos, contribuíram com mais da metade das emissões acumuladas, correspondentes a 27% e 24%, respectivamente.
Os países desenvolvidos foram responsáveis por mais de 3/4 das emissões de combustíveis fósseis e produção de cimento; os países em desenvolvimento, com muito mais pessoas e área geográfica, contribuíram para menos de 1/4. Nota-se que as emissões dos países em desenvolvimento estão concentradas na mudança no uso da terra, mas não se pode perder de vista que os países desenvolvidos haviam convertido suas florestas para outros usos bem antes de 1950. 

As emissões brasileiras

As emissões por fontes e as remoções por sumidouros dos gases de efeito estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal devem ser periodicamente relatadas, de acordo com os compromissos assumidos diante da Convenção sobre Mudança do Clima. Em 2004, o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) publicou a primeira Comunicação Nacional do Brasil, em que estão reportados os dados referentes às estimativas de emissões de GEE, do período de 1990 a 1994. A próxima Comunicação Nacional compreenderá o período de 1995 a 2000.
Como parte relevante da Comunicação Nacional do Brasil à Convenção sobre Mudança do Clima, o Inventário de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal trouxe ao conhecimento público dados relevantes sobre as emissões brasileiras. Os primeiros Inventários dos países em desenvolvimento tomam como base o ano de 1994. Naquele ano, a principal fonte de CO2 no Brasil foi o setor de Mudança no Uso da Terra e Florestas, com uma participação de cerca de 75% das emissões. Em seguida, aparecia o setor energético com emissões de CO2 em torno de 23% do total.
A Tabela 1.2 mostra a estimativa das emissões brasileiras de GEE, em 1994.
Ao levar em consideração as emissões dos gases de efeito estufa (CO2, CH4, N2O, SF6, PFCs e HFCs) em uma mesma base comparativa, em termos do Poder de Aquecimento Global de cada um, as contribuições dos setores econômicos, em CO2 equivalente, são as seguintes: Mudança no Uso da Terra e Florestas - 55%, Agropecuária - 25%, Energia - 16,72%.

O Gráfico abaixo retrata, em CO2 equivalente, as emissões brasileiras em 1994.
 
Fonte: Adaptado da Comunicação Nacional Inicial do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (MCT,2004).

Considerando o cenário mundial, 80% das emissões de CO2 são provenientes da queima de combustíveis fósseis para a produção de energia. Os outros 20% provêm da Mudança no Uso da Terra e Florestas. O Brasil se diferencia desse cenário em função de possuir uma matriz energética com elevada participação de energia renovável

Fonte: Balanço Energético Nacional (Ministério de Minas e Energia, 2006)
A baixa contribuição para as emissões de gases de efeito estufa do setor energético brasileiro se deve a algumas opções feitas pelo país ao longo das últimas décadas. Destacam-se o uso dos recursos hídricos para a geração de eletricidade, do etanol no setor de transporte e do carvão vegetal no setor siderúrgico. Com relação à hidreletricidade, por exemplo, essa fonte teve uma participação de 75% na oferta interna de eletricidade em 2005.

Qualidade do Ar

0 comentários
Os processos industriais e de geração de energia, os veículos automotores e as queimadas são, dentre as atividades antrópicas, as maiores causas da introdução de substâncias poluentes à atmosfera, muitas delas tóxicas à saúde humana e responsáveis por danos à flora e aos materiais.
A poluição atmosférica pode ser definida como qualquer forma de matéria ou energia com intensidade, concentração, tempo ou características que possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e à qualidade de vida da comunidade.
De uma forma geral, a qualidade do ar é produto da interação de um complexo conjunto de fatores dentre os quais destacam-se a magnitude das emissões, a topografia e as condições meteorológicas da região, favoráveis ou não à dispersão dos poluentes.
Freqüentemente, os efeitos da má qualidade do ar não são tão visíveis comparados a outros fatores mais fáceis de serem identificados. Contudo, os estudos epidemiológicos tem demonstrado, de forma cada vez mais consistente, correlações entre a exposição aos poluentes atmosféricos e os efeitos de morbidade e mortalidade causadas por sintomas respiratórios (asma, bronquite, enfisema pulmonar e câncer de pulmão) e cardiovasculares, mesmo quando as concentrações dos poluentes na atmosfera não ultrapassam os padrões de qualidade do ar vigentes. As populações mais vulneráveis são as crianças, os idosos e as pessoas que já apresentam doenças respiratórias.
A poluição atmosférica traz sérios prejuízos não somente à saúde e à qualidade de vida das pessoas, mas também aos cofres públicos, uma vez que a exposição aos poluentes atmosféricos acarreta no aumento do número de atendimentos e internações hospitalares, e também do uso de medicamentos, custos esses que poderiam ser evitados com a melhoria da qualidade do ar das grandes cidades, e também daquelas que sofrem com a incidência de queimadas. A poluição de ar pode também afetar ainda a qualidade dos materiais (corrosão), do solo e das águas (chuvas ácidas) e afetar a visibilidade.
A gestão da qualidade do ar tem como objetivo garantir que o desenvolvimento sócio-econômico ocorra de forma sustentável e ambientalmente segura. Para tanto, se fazem necessárias ações de prevenção, combate e redução das emissões de poluentes e dos efeitos da degradação do ambiente atmosférico.
A Gerência de Qualidade do Ar, vinculada ao Departamento de Mudanças Climáticas, foi criada com o objetivo de formulas políticas e executar as ações de gestão necessárias, no âmbito do Governo Federal, à preservação e a melhoria da qualidade do ar.
Tem como atribuições formular políticas de apoio e fortalecimento institucional aos demais órgãos do SISNAMA, responsáveis pela execução das ações locais de gestão da qualidade do ar, que envolvem o licenciamento ambiental, o monitoramento da qualidade do ar, a elaboração de inventários de emissões locais, a definição de áreas prioritárias para o controle de emissões, as melhorias do transporte e da mobilidade urbana, o combate às queimadas, entre outras.
Cabe ainda à GQA propor, apoiar e avaliar tecnicamente estudos e projetos relacionados com a preservação e a melhoria da qualidade do ar, implementar programas e projetos na sua área de atuação, assistir tecnicamente aos órgãos colegiados de assuntos afeitos a essa temática (CONAMA e CONTRAN), elaborar pareceres e notas técnicas sobre os assuntos de sua competência.
A atuação da GQA inclui ainda ações para o apoio institucional aos demais órgãos do SISNAMA , para que implementem suas iniciativas locais de gestão. Entre os produtos recentes da Gerência destacam-se: o "Diagnóstico Institucional da Gestão da Qualidade do Ar no Brasil"(link p/ document, o "I Relatório Nacional da Qualidade do Ar "(link) e o "Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários".
Destacam-se ainda os programas para fontes específicas, tais como o PRONAR, o Proconve, o PROMOT e o apoio aos Estados para a elaboração dos Planos de Controle da Poluição Veicular/PCPVs e dos Programas de Inspeção e Manutenção Veicular, conforme Resolução CONAMA no 418/2009.