FOSSAS VERDES = SUTENTABILIDADE

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

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Manejo             

Primeiro (obrigatório), a cobertura vegetal morta deve ser sempre completada com as próprias folhas que caem das plantas e os caules das bananeiras depois de colhidos os frutos. E se necessário, deve ser complementada com as aparas de podas de gramas e outras plantas do jardim, para que a chuva não entre na bacia.
Segundo (opcional), de tempos em tempos deve-se observar os dutos de inspeção e coletar amostras de água para exames. E observar a caixa de extravase, para ver se o dimensionamento foi correto. Essa caixa só deve existir se for exigido em áreas urbanas pela prefeitura para a ligação do sistema com o canal pluvial ou de esgoto.

CONSTRUÇÃO PASSO-A-PASSO
Orientação em relação ao sol

Como a evapotranspiração depende em grande parte da incidência do sol, a bacia deve ser orientada para a face norte (no hemisfério sul) e sem obstáculos como árvores altas próximos à bacia, tanto para não fazer sombra como para permitir a ventilação.
Dimensionamento

Pela prática, observou-se que 2 metros cúbicos de bacia para cada morador é o suficiente para que o sistema funcione sem extravasamentos. A forma de dimensionamento da bacia é: largura de 2m e profundidade de 1m. O comprimento é igual ao número de moradores usuais da casa. Para uma casa com cinco moradores, a dimensão fica assim: (LxPxC) 2x1x5 = 10 m3.

Bacia

Pode-se construir a bacia de diversas maneiras, mas visando a economia sem descuidar da segurança, o método mais indicado de construção das paredes e do fundo é o ferrocimento, como se pode observar na fotos abaixo. As paredes ficam mais leves, levando menos materiais. O ferrocimento é uma técnica de construção com grade de ferro e tela de “viveiro” coberta com argamassa. A argamassa da parede deve ser de duas (2) partes de areia (lavada média) por uma (1) parte cimento e argamassa do piso deve ser de duas (3) partes de areia (lavada) por uma (1) parte cimento. Pode-se usar uma camada de concreto sob (embaixo) o piso caso o solo não seja muito firme.
Câmara anaeróbia

Depois de pronta a bacia e assegurada sua impermeabilidade, mantendo-a úmida por três dias, vem a construção da câmara que é super facilitada com o uso de pneus usados e o entulho da obra. Como mostra a foto abaixo, a câmara é composta do duto de pneus e de tijolos (bem queimados) inteiros alinhados ou cacos de tijolos, telhas e pedras, colocados até a altura dos pneus. Isto cria um ambiente com espaço livre para a água e beneficia a proliferação de bactérias que quebrarão os sólidos em moléculas de micronutrientes.
Dutos de inspeção

Neste ponto pode-se iniciar a fixação dos 3 dutos de 50mm de diâmetro, conforme os desenhos acima, para a inspeção e coletas de amostras de água.
Camadas de materiais

Como a altura dos pneus é de cerca de 55cm, que juntamente com a colmeia de tijolos de cada lado vão formar a primeira camada (mais baixa) de preenchimento da bacia (câmara), irão restar ainda 45 cm em média para completar a altura da BET e mais 4 camadas de materiais. A segunda camada é a de brita (+/- 10 cm). Nesse ponto eu tenho usado uma manta de Bidim para evitar que a areia desça e feche os espaços da brita. A terceira é a da areia (+/- 10 cm). E a quarta é a do solo (+/- 25 cm) que vai até o limite superior da bacia. Procure usar um solo rico em matéria orgânica e mais arenoso do que argiloso. A última camada é a palha que fica acima do nível da BET.
Proteção

Como a bacia não tem tampa, para evitar o alagamento pela chuva, ela deve ser coberta com palhas. Todas as folhas que caem das plantas e as aparas de gramas e podas, são colocadas sobre a bacia para formar um colchão por onde a água da chuva escorre para fora do sistema. E para evitar a entrada da água que escorre pelo solo, é colocada uma fiada de tijolos ou blocos de concreto, ao redor da bacia para que ela fique mais alta que o nível do terreno.
Plantio

Por último, deve-se plantar espécies de folhas largas como mamoeiro (4), bananeiras (2), taiobas, caetés, etc. As bananeiras podem ser plantadas de diversas maneiras. Mas eu prefiro usar o rizoma inteiro ou uma cunha (parte de um rizoma) com uma gema vizível. Após fazer os buracos (no mínimo 30x30x30 cm) deve-se enchê-las com bastante matéria orgânica (palhas, folhas, etc.) misturada com terra. O rizoma deve ficar há uns 10 cm, em média, abaixo do nível do solo. Quando plantada a partir de rebentos (mudas), posicione-os inclinados para fora, isso facilitará a colheita e o manejo das bananeiras.
USO EM ÁREA URBANA
Na região sul do Brasil tem diversas BETs em áreas rurais em funcionamento. Não há nenhum impedimento legal para sua instalação. Mas nas cidades, normalmente, tem uma legislação rígida normalizando os sistemas de tratamento residenciais e que impedem o uso desses sistemas.
Em Criciúma, tivemos a primeira implantação de uma BET em área urbana legalizada e aceita pela prefeitura, que poderá incentivar o seu uso para diminuir a demanda por ETEs públicas. Neste momento a cidade está implantando a primeira ETE na cidade para o tratamento do esgoto. E que sabemos não resolverá o problema totalmente e nem por muito tempo. Logo deverá ser ampliada ou duplicada. Até porque todas as águas servidas são misturadas e contaminadas, aumentando o problema para as ETEs. E ainda tem um custo de manutenção que deverá ser repassados aos usuários. A BET tem custo ZERO de manutenção. O tratamento é biológico, sem materiais químicos.
Para auxiliar os interessados, disponibilizo abaixo o RAP (Relatório Ambiental Prévio) que fiz para solicitar a licença de implantação do sistema completo (Bacia de Evapotranspiração e Círculo de Bananeiras). Como esses sistemas ainda são desconhecidos da maioria, o RAP cumpre a missão de explicá-lo tecnicamente aos responsáveis pela área sanitária da cidade. Alerto que não é uma missão fácil, precisa-se de paciência e dedicação para que o sistema seja compreendido e liberado para construção. Os técnicos tem suas razões legais para questionar o projeto e normalmente exigem que o sistema tenha uma saída para o canal pluvial ou de esgoto da prefeitura. O projeto sanitário (abaixo) deve ir como anexo do RAP e mostra como isso pode ser feito sem prejudicar o sistema e ainda serve de ponto de observação de extravase da água.
Na Austrália e em outros países essa já é uma prática comum, divulgadas pelo movimento da permacultura. Vamos fazer o nosso movimento seguindo os projetos a risca e ainda tentando melhorá-los no sentido da segurança e da economia.
incra

MADEIRA DE PLÁSTICO

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

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Material é obtido a partir de lixo plástico reciclado. 

Estados Unidos usa a madeira plástica há aproximadamente 20 anos.

André Trigueiro e Rodrigo Bocardi
Começa a crescer no Brasil o uso de um material que permite evitar a derrubada de árvores para fabricar móveis: é a madeira plástica.Madeira é um produto em alta no mercado internacional e quanto maior a procura, maior a área de florestas derrubadas, mas hoje já possível obter madeira sem precisar derrubar uma árvore sequer e o melhor, a partir dos plásticos que a gente descarta como lixo.O ponto de partida para a produção de madeira plástica, numa fábrica no Rio de Janeiro, é o Polietileno de Alta Densidade (PAD). “Esse tipo de plástico é encontrado nos frascos de detergente, amaciante, água sanitária, xampu e todos os frascos de óleo do seu carro e outros que estão por aí”, fala o diretor da Cogumelo, Daniel Pilz. Depois de triturado, e transformado em grãos, o plástico já está pronto para virar madeira. Acompanhamos a linha de montagem dos produtos de madeira plástica da empresa, uma das maiores do país.O plástico moído é sugado por uma tubulação até o misturador. Ele recebe pigmento e um produto químico que dá aderência de madeira. Isso vira uma massa aquecida a 180 graus para ser rapidamente resfriada em água gelada, para condensar, a aproximadamente dez graus centígrados. É assim que nasce a madeira plástica. A madeira plástica é resistente ao sol e ao frio. Tem vida útil longa: dura em média 50 anos. É impermeável, fácil de limpar e manusear, e mais: cupins não gostam de plástico e se alguém colar chiclete ou pichar é simples de retirar. Em termos de preço, a madeira plástica ainda é, em média, 30% mais cara que a natural, mas os fabricantes dizem que basta a produção aumentar para o preço cair. A lista de produtos feitos com madeira plástica já não é só de móveis. A empresa fabrica dormentes para ferrovias e tampas de bueiros, 30% mais leves que as feitas de ferro fundido. São mil unidades por mês, principalmente para prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro, que viram uma forma de inibir a ação de quadrilhas que roubam as tampas para vender o ferro. Também da fábrica saíram 40 bancos e três pontes que hoje estão no Parque Nacional de Itatiaia, e os bancos que enfeitam a praça de um shopping do Rio. O resultado é um produto que, de bater o olho, passa fácil por madeira. Não há números oficiais sobre produção de madeira plástica no Brasil. O que se sabe é que o número de fábricas é muito reduzido e a madeira convencional lidera com folga a preferência dos consumidores. Bem diferente da situação nos Estados Unidos. No país, a madeira plástica chegou com força. É um mercado que já existe há aproximadamente 20 anos e a madeira plástica é usada em boa parte dos ambientes externos. Os americanos gostam porque requer menos manutenção, resiste a mofo, não apodrece e o desgaste com sol, maresia, umidade é menor – 35% das varandas e pátios dos Estados Unidos são feitos com madeira plástica. São árvores sendo poupadas. Um deck de cem metros quadrados equivale a duas árvores de ipê. Existem pelo menos quatro tipos do que se pode chamar de madeira plástica. Eles variam de acordo com a porcentagem de madeira, PVC e polietileno usados na mistura. O Mike Danzilio é um empresário que trabalha com isso há 25 anos e acompanhou o aparecimento da madeira plástica no país. Ele conta que adaptou o próprio negócio ao produto porque é isso que as pessoas querem. “Os americanos aprovam a madeira plástica, mas não porque é um produto verde”, explica Mike. Segundo ele, o que pesa na decisão da classe média americana é o bolso. “É uma decisão de manutenção e econômica”. Uma varanda feita de madeira plástica custa cerca de três vezes mais na hora da compra, mas a madeira natural exige manutenção, e isso é caro no país. Fazendo as contas, com o passar dos anos, se gasta menos com o material alternativo e menos trabalho e mais economia é justamente o que os americanos mais gostam. No Brasil, apenas numa fábrica, são produzidas 200 toneladas de madeira plástica por mês. Em seis anos de produção, evitou-se o corte de 180 mil árvores, o equivalente a 400 campos de futebol cobertos de florestas. Diante disso, fica a pergunta: o Brasil precisa mesmo desmatar para produzir madeira?

Pultrusão

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Vocês está aqui:   O que é Pultrusão
O processo de pultrusão é um método de fabricação contínuo, mecanizado, para produtos de seção uniforme, em resina poliéster, epoxi estervinílica ou fenólica reforçada com fibras de vidro, de performance superior aos materiais convencionais.
A fibra de vidro é o reforço mais comum para os perfis pultrudados, sendo que os mais usados são: fio roving, manta e tecido. A combinação de reforços para um determinado perfil é projetada para dar a resistência necessária nas direções longitudinal e transversal. Um perfil estrutural comum, por exemplo, é fabricado com a combinação de fios "roving" e mantas, para se obter um bom equilíbrio entre as resistências longitudinal e transversal. Já uma barra pultrudada, é feita apenas com fios "roving" que proporcionarão a necessária resistência longitudinal da barra.
O sistema de resina usado pela Cogumelo é selecionado para que se possa obter especificações pré-determinadas, tais como resistência química (corrosão) e boas propriedades de isolamento elétrico, além de resistência a temperaturas elevadas, interpéries e água. O retardamento de chama é conseguido através de aditivos.
Fios em Fibra-de-vidro
Responsáveis pela resistência longitudinal dos perfis.
Manta em Fibra-de-vidro
Disponível em diversas gramaturas, a manta é responsável pela resistência transversal dos perfis.
Tanque de resina
Local onde é feita a impregnação dos fios e mantas em fibra de vidro .
Ferramenta de Pultrusão
Onde ocorre a cura da resina. o perfil toma sua forma e torna-se rígido.
Vantagens
Vários produtos se valem das vantagens dos perfis pultrudados. O material é usado em estruturas para telhados, lajes para piso e teto e nas barras de reforço para substituição do aço existente na composição do concreto. Outra aplicação interessante é na estrutura de pontes, principalmente pela leveza dos pultrudados. Túneis, perfis de juntas de dilatação, caixilhas, batentes de portas e tarugos são outros exemplos de produtos fabricados com os perfis. A sua alta resistência à corrosão faz com que sejam usados como pisos pelo setor químico. Já tirantes se valem da sua resistência estrutural. Prédios também podem ser estruturados com o material. Europeus e norte-americanos utilizam com freqüência perfis pultrudados. Esquadrias podem ser feitas com esses perfis, em substituição à madeira. O material possui menor dilatação que o aço, por exemplo, e tem função estrutural.
A operação contínua assegura uniformidade nas características do produto;
Os comprimentos dos perfis são limitados somente pelo manuseio, transporte e carregamento;
São mais leves que os perfis de aço e alumínio;
Seções de grande complexidade podem ser produzidas por poltrusão;
Pode-se conseguir um ótimo equilíbrio de propriedades mecânicas. A seção específica pode ser projetada para se adaptar à aplicação final. Isto é
conseguidoatravés do posicionamento da fibra de acordo com a necessidade de resistência;
O acabamento e a cor são uniformes.
Poliéster FiberglassAço comumAço inoxAlumínio
  Alongamento (%)2385535
  Peso específico (g/cm2)1,4 a 1,87,877,922,71
  Resistência a compressão (kgf/cm2)1.8001.9502.100--
  Resistência a flexão (kgf/cm2)2.0001.9502.4501.400
Exemplos de sucesso
Um exemplo é o Eyecatcher, prédio de cinco pavimentos inteiramente em composites por perfis pultrudados e que está sendo usado pela dinamarquesa Fiberline, dentre outras empresas, como instrumento de marketing para comprovar o uso potencialmente revolucionário dos composites. Os perfis, com espessura de 50mm e peso específico de 12kg/m2, alcançam um poder isolante equivalente a paredes com virtualmente 300 mm de miolo com isolantes térmicos. Por sua vez, toda a construção oferece um total de área construída de 320 m2, podendo "carregar" até 3 kN/m2.
A idéia por trás do Eyecatcher (cuja tradução literal é "Captador de olhar") foi, segundo a Fiberline, mostrar as vantagens oferecidas por uma construção em escala real feita inteiramente em perfis pultrudados em termos de isolamento térmico, resistência à corrosão, baixo peso, absorção de som e durabilidade (os perfis têm um ciclo de vida estimado em 100 anos e requerem manutenção na aparência por 50 anos). Para comprovar essas qualidades, a equipe do Eyecatcher monitora o prédio, que deve funcionar como prédio de escritório na cidade alemã de Baden, de forma contínua. 
Os perfis pultrudados são também usados em torres de transmissão, aplicações que chegam a dispensar o uso de parafusos e mesmo adesivos para sua construção. Um exemplo são as torres de transmissão de alta voltagem fabricadas pela Strongwell-Ebert Composites completamente a partir de perfis pultrudados e instaladas no final da década de 90 no sul da Califórnia, Estados Unidos. 
Com um terço do peso do aço, as torres de transmissão em plástico reforçado pultrudado medem 25,6 m de altura e podem ser montadas na horizontal, a partir de fibra de vidro de baixo custo e matriz em resina éster-vinílica. Colocadas de pé com uma fração do esforço e tempo necessários para torres de aço, as torres de transmissão em perfis possuem altíssima resistência à corrosão, o que diminui drasticamente os custos de instalação e manutenção.