quarta-feira, 2 de março de 2016

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A maior usina de transformação de resíduos em energia do mundo
Foi anunciado o vencedor de uma competição internacional para projetar a maior usina de transformação de resíduos em energia do mundo, que ficará em Shenzhen, na China.
O projeto de Schmidt Hammer Lassen Architects e Gottlieb Paludan Architects – os vencedores – será capaz de incinerar 5.000 toneladas de resíduos por dia, equivalente a um terço dos resíduos produzidos por 20 milhões de habitantes de Shenzhen a cada ano. Pra isso, contará com as mais avançadas tecnologias de incineração de resíduos do mundo. O local servirá ainda como um centro de aprendizagem para os visitantes sobre a gestão de resíduos.
Localizada nos arredores montanhosos de Shenzhen, a usina chamada de Shenzhen East Waste-to-Energy Plant tem uma única estrutura circular, que compreende todos os edifícios e instalações industriais.
Shenzhen-East-Waste-to-Energy-Plant 2Crédito: Schmidt Hammer Lassen Architects

A forma simplificada e compacta do projeto ajuda a minimizar a pegada durante sua construção e a quantidade de escavação necessária. Para reduzir ainda mais o seu impacto ambiental, dois terços do telhado de 66.000 metros quadrados, serão cobertos com painéis solares, enquanto um terço restante será usado para telhados verdes, sistemas de coleta de água e reciclagem e clarabóias.
The Shenzhen East Waste-to-Energy Plant-1Crédito: Schmidt Hammer Lassen Architects

A fachada circular que envolve o edifício terá aberturas para permitir a ventilação natural, e os resíduos incinerados serão protegidos pelas fachadas à prova de ruído e odor.
Segundo os arquitetos, para facilitar a educação sobre a gestão de resíduos para o público, a experiência do visitante é integrada ao design. Haverá um parque ajardinado e um centro de visitas, para que eles possam ver o maquinário da usina. Uma passarela panorâmica será adicionada ao último piso, com vista sobre as montanhas, florestas e sobre a cidade.
Shenzhen-East-Waste-to-Energy-Plant-by-Schmidt-Hammer-Lassen-Architects-16Crédito: Schmidt Hammer Lassen Architects

Ao mesmo tempo em que os visitantes se informam sobre os desafios crescentes da quantidade de resíduos que são produzidos diariamente, eles também são instruídos sobre iniciativas para reduzir a sua própria quantidade de resíduos.
A usina está prevista para começar a operar em 2020.O vídeo abaixo mostra a renderização do projeto vencedor:

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10/02/16   Plant production

Regeneração natural não é eficiente em áreas de agricultura


Photo: Gabriel Faria
Gabriel Faria -
As primeiras avaliações de experimentos sobre recomposição de reserva legal nos biomas Cerrado e Amazônia conduzidos pela Embrapa Agrossilvipastoril e parceiros em Mato Grosso mostram que a regeneração natural não é eficiente para restauração de áreas com histórico de agricultura tecnificada. Manejo excessivo do solo e técnicas de cultivo contribuem para a redução do banco de sementes, impedindo o crescimento da vegetação.

As observações foram feitas em quatro ensaios localizados nos municípios de Canarana e Campo Novo do Parecis, no bioma Cerrado, em Sinop, região de transição entre Cerrado e a Amazônia, e Guarantã do Norte, na Amazônia. Em todos os locais, foram instalados experimentos que avaliam diferentes métodos de restauração da vegetação, como a semeadura direta, semeadura a lanço, plantio de mudas e regeneração natural.

De acordo com o pesquisador Ingo Isernhagen, em Sinop, onde a área utilizada tem um longo histórico de agricultura, a regeneração foi inexpressiva. Já nas demais áreas, com histórico de pecuária extensiva, a regeneração vem ocorrendo com a germinação e crescimento de espécies nativas oriundas do banco de sementes do solo.

"Resultados preliminares de três anos sobre Sinop, que é uma área que passou por tecnificação e era essencialmente agrícola, mostram que a regeneração natural não parece ser uma boa técnica. Embora praticamente não tenha custos para o produtor, ela também não tem qualquer resultado do ponto de vista ecológico. Nesses casos, vai ser necessário intervir", afirma o pesquisador.

Ingo explica que a ineficiência da regeneração nas áreas de agricultura se deve ao uso intenso do solo, revolvimento das camadas superficiais, retirada de raízes, uso de herbicidas, entre outras causas que minaram o banco de sementes presente no solo. Mesmo com a presença de fragmentos de vegetação nativa próximos, como é o caso da área experimental em Sinop, a regeneração tem sido inexpressiva.

A regeneração natural é uma técnica de restauração em que é feito apenas o isolamento da área de modo a deixar que o banco de sementes presente no solo germine, restaurando a vegetação nativa. Por causa do seu baixo custo e da reduzida necessidade de intervenção, a técnica é considerada uma boa alternativa pelos produtores que precisam se adequar à legislação vigente.




 
Avaliação ecológica e econômica

Outras técnicas para recomposição de reserva legal são o plantio de mudas e a semeadura direta. A fim de subsidiar o produtor na escolha da melhor alternativa, a pesquisa está avaliando não só os aspectos ecológicos, mas também os financeiros. Dados sobre custos de plantio, despesas com manutenção, condução e as possíveis receitas com o manejo da área estão sendo computadas para uma avaliação geral.

À medida que os anos passem, a expectativa é fornecer aos produtores rurais dados sobre eficiência de cada técnica, orientações agronômicas e florestais, custos totais e possibilidade de renda com o manejo.

Ingo explica que, na fase de implantação, o plantio de mudas é o mais caro. Porém, ele é o que apresenta maior potencial de manejo, uma vez que é possível controlar as espécies utilizadas, plantá-las ordenadamente de modo a facilitar a colheita de frutos e sementes ou o corte da madeira e mecanizar a condução. Dessa forma, a escolha da técnica deverá se pautar pelas intenções do produtor.

Nos experimentos conduzidos pela Embrapa em Mato Grosso, estão sendo utilizadas 41 espécies nativas e algumas exóticas, como eucalipto e mogno-africano, por exemplo. Além de espécies com funções ecológicas, há aqueles que visam a geração de renda na produção de frutos, resinas, essências, sementes e produção de madeira.

Por esse motivo, a pesquisa também avalia diferentes formas de condução das árvores. O objetivo é ver o quanto as podas e desramas contribuem para o melhor desempenho das plantas e se os custos operacionais justificam os ganhos comerciais.

"Tem-se falado cada vez mais na criação de modelos econômicos de restauração. Se a gente quer  modelos econômicos, temos de investir em manejo. Não adianta fazer o que usualmente é feito:  plantar e deixar os indivíduos crescerem. Se a gente quer  retorno econômico, tem que ter  manejos adaptativos. Tem que ir conduzindo o processo de forma a ter produtos madeireiros e não madeireiros de qualidade", explica Ingo Isernhagen, que ainda destaca a importância da escolha das espécies, definição do espaçamento entre as mudas, controle da mato-competição e de formigas.

"A restauração já é cara por natureza. Com esse tipo de manejo ela ficará ainda mais cara no começo. Mas a gente quer que, em até 20 anos, o produtor tenha um retorno. Além disso, em cinco anos já é possível retirar o eucalipto, coletar sementes e frutos", ressalta o pesquisador.

Reserva legal

De acordo com o Código Florestal Brasileiro, reserva legal é uma área da propriedade rural coberta por vegetação natural, onde se pode explorar o manejo florestal sustentável de acordo com a lei para o bioma em que está inserida.

O percentual da propriedade que deve ser reservado varia de acordo com o bioma, sendo de 80% em áreas de floresta na Amazônia Legal, 35% em Cerrado na Amazônia Legal e 20% nos demais biomas.
Gabriel Faria (MTb 15.624/MG)
Embrapa Agrossilvipastoril

Phone number: (66) 3211-4227
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